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Diversidade de caminhos dos jogadores de futebol até o sucesso

Quem não sonhou em ser um jogador de futebol? Como diz Samuel Rosa, na música mais conhecida da banda Skank, o Brasil é um país que respira esse esporte. Em cada esquina, um campo com pessoas reunidas, sejam elas descalças ou de chuteira, na terra, na grama ou no asfalto, “jogando bola”. Muitos garotos vêem o futebol como um sonho. Porém, aliado a isso, visto a desigualdade social, a grande maioria, vinda de famílias pobres, enxerga como uma oportunidade de mudar de vida. Desta forma, é possível observar a diversidade dos caminhos que os jogadores, desde a base, percorrem até chegar ao profissional, ou melhor, ao sucesso.

Dinheiro, fama e status são fatores que acompanham o sucesso no futebol. Chegar ao profissional e vestir a camisa de um grande clube é o objetivo de qualquer garoto que dá os primeiros passos no esporte. Entretanto, para ter êxito, é preciso ultrapassar barreiras que poucos percebem.

Este é o caso do atacante Thalles, de 20 anos. Nascido em São Gonçalo, Rio de Janeiro, o jogador enfrentou muitos obstáculos para chegar ao topo. Sempre jogando em times de bairro, certo dia o atleta foi fazer um jogo treino contra o Vasco. Algo que viu como a chance de sua vida, como o próprio conta.

“Eu jogava em um time de Itaboraí, lá perto de casa, e eu sempre fui vascaíno. Quando eu soube que jogaríamos contra o Vasco, eu vi aquilo como a chance de mudar a minha vida e a da minha família. Então, depois do jogo, me chamaram para seguir fazendo testes no clube. Me lembro como se fosse hoje que, teve um momento, em que a minha mãe não tinha dinheiro para me dar de passagem e eu perderia o teste em São Januário. De São Gonçalo, são duas conduções. Ela pediu dinheiro emprestado na rua. E não foi só dessa vez que aconteceu. Tinha dias que eu pensava em desistir. Eu via alguns garotos que precisavam menos que eu daquilo, eu pensava se realmente eu conseguiria chegar aonde eu queria. Mas sempre me vinha na cabeça a imagem da minha mãe e eu pensava: eu nunca mais quero passar por isso. Graças a Deus eu batalhei e hoje consigo dar uma condição melhor para a minha família. Devo tudo ao futebol”, contou Thalles.

Atualmente, o jogador é carinhosamente apelidado pela torcida vascaína de “Balothalles”, em alusão ao grande atacante italiano, Balotelli, além de integrar o elenco principal do Vasco. Ele também é constantemente lembrado pelo técnico Rogério Miccali, da Seleção Brasileira sub-21.

Como Thalles, existem muitos outros que enxergam no futebol o ponto alto de suas vidas, podendo dar um futuro melhor para si e para a família.

A desigualdade social é um dos maiores problemas brasileiros e o futebol, além de ser um esporte responsável pela inclusão social, é também gerador de lucros altos, podendo transformar a vida desses garotos rapidamente.

Neste meio tão complicado, há o outro lado da moeda. Ao contrário de Thalles, há casos em que os garotos fazem o caminho oposto. Nascidos em famílias que podem dar o suporte necessário para desempenhar tudo com qualidade na infância, jovens como Mattheus, de 21 anos, filho do ex-jogador Bebeto e atualmente meia do Flamengo, e Otávio, de 20, proveniente de uma família de classe alta e, hoje, atacante do Botafogo.

Descritos dessa forma, é inegável pensar em um caminho “mais fácil” percorrido por esses atletas. Porém, há outros fatores que mostram que a dificuldade está presente, mesmo que o caminho seja diferente do outro, como conta Otávio.

“Em questão de recursos, eu não tenho o que reclamar. Tive o privilégio de ter tudo que eu precisava quando criança e recebi todo o suporte. Mas não é esse mar de rosas que todo mundo pensa. Do mesmo jeito que meu pai me ajudava, ele também me cobrava. Isso, para uma criança, é muito complicado porque nem todos sabem lidar. Então, para quem pensa que é fácil apenas por conta do dinheiro, está muito enganado. A pressão que eu sofri durante toda a infância é muito grande, mas eu, todo dia que acordo, sinto a sensação de dever cumprido”, afirmou o jovem.

Seja da comunidade ou do bairro nobre, a diversidade no caminho dos jogadores de futebol até o sucesso tem uma coisa em comum: nenhum deles é fácil.

De meninos que visualizam suas vidas mudando em um piscar de olhos, uma oportunidade, uma mudança de realidade, aos garotos que nasceram com tudo e vêem aquilo como um sonho, mas, se falharem, tem pessoas que, com toda a assistência dada, irá estar cobrando por um resultado melhor.

O futebol é uma mágica para todos. É mais que um esporte. Mas o sucesso no ofício depende de vários outros fatos além do só “jogar bola”.


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